Colocar a casa em ordem e fazer o cadastro no Bolsa Família às vezes parece missão secreta: um monte de informação espalhada, sigla para todo lado e cada pessoa dizendo uma coisa. No meio disso, fica a sensação de que tudo é complicado demais, quando, na verdade, o processo tem etapas bem definidas. O ponto é entender o caminho certo: CadÚnico, CRAS, documentos e critérios de renda.
Uma coisa já ajuda muito: saber o que dá para resolver pelo celular e o que só anda no atendimento presencial. Muita gente acredita que dá para fazer o cadastro no Bolsa Família pelo aplicativo, mas não é assim que funciona. Se você quer saber todos os detalhes sobre o assunto, vem que o Manual da Web te conta.
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Maneira de fazer o cadastro no Bolsa Família
O primeiro ponto importante é entender que não existe cadastro direto no Bolsa Família. O que existe é o Cadastro Único (CadÚnico).
As famílias de baixa renda entram no CadÚnico, e o governo usa essas informações para decidir quem entra na folha do Bolsa Família. Ou seja: o foco é aprender a entrar (ou atualizar) o CadÚnico do jeito certo.
Outro detalhe: não dá para fazer o cadastro no Bolsa Família 100% online. Nem o app CadÚnico, nem o site gov.br fazem a inscrição completa.
Eles ajudam a localizar o posto de atendimento, consultar dados, fazer o pré-cadastro e ver se o cadastro está atualizado.
A formalização mesmo acontece em um CRAS ou posto do CadÚnico da prefeitura, com entrevista presencial do Responsável Familiar.
Quando a família sabe aonde ir, quais documentos levar e como funciona a entrevista, o atendimento flui e tudo anda bem mais tranquilo.
Aplicativo CadÚnico para ver o CRAS da sua região
O aplicativo Cadastro Único (Android | iOS) é tipo um “Waze dos programas sociais”: mostra o caminho, mas não dirige por ninguém. No app, você pode:
- Consultar se a família já está cadastrada;
- Ver se o cadastro está atualizado ou precisa de revisão;
- Conferir alguns dados da ficha;
- Localizar o CRAS ou posto de atendimento mais próximo;
- Fazer um pré-cadastro com parte das informações.
A função de pré-cadastro ajuda a acelerar a entrevista, porque já deixa muita coisa digitada.
Mesmo assim, a regra continua firme: fazer o cadastro no Bolsa Família depende da ida presencial ao posto, onde o servidor confere documentos, tira dúvidas e fecha a ficha oficial.

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Passo a passo para se inscrever no Bolsa Família
O caminho para fazer o cadastro no Bolsa Família em 2025 passa por cinco etapas principais: entender se a família se encaixa, juntar documentos, localizar o CRAS, fazer a entrevista e acompanhar o resultado.
Passo 1: conferir se a família se encaixa na renda
O Bolsa Família olha para a renda por pessoa da casa. A conta é assim: somar tudo o que entra (salário, bicos fixos, pensão, benefício, etc.) e dividir pelo número de moradores. O programa atende famílias com renda mensal de até R$ 218,00 por pessoa.
Uma casa com 4 pessoas e renda total de R$ 800,00, por exemplo, tem renda de R$ 200,00 por cabeça.
Nesse cenário, faz sentido correr atrás de CadÚnico, porque a família está dentro do limite de renda usado pelo governo para selecionar quem tem perfil para o Bolsa Família.
Passo 2: juntar documentos de todo mundo
O atendimento no CRAS é uma entrevista, não uma prova de vestibular. Mesmo assim, documentos organizados encurtam muito o tempo e evitam a viagem perdida.
Para fazer o cadastro no Bolsa Família via CadÚnico, o ideal é levar alguns documentos. Do Responsável Familiar (RF), que geralmente é um adulto da casa, preferencialmente mulher:
- CPF (ou Título de Eleitor, se ainda não tiver CPF);
- Documento com foto (RG, CNH, carteira de trabalho);
- Comprovante de endereço recente (conta de luz, água, contrato de aluguel, ou declaração da própria família).
Dos demais moradores da casa (pelo menos um documento):
- CPF;
- Ou Certidão de nascimento/casamento;
- Ou RG; ou Título de Eleitor;
- Ou Carteira de trabalho.
Caso alguém não tenha tudo em mãos, o cadastro pode ser iniciado e depois complementado. Ainda assim, quanto mais completo o pacote de documentos, mais redondinho fica o processo.
Passo 3: usar o app CadÚnico para achar o CRAS
Bolando a logística, o app CadÚnico, disponível para Android e iOS, é bem importante. Dentro dele, existe a opção de verificar os locais de atendimento da sua cidade, com endereço, telefone e às vezes até mapa.
Funciona como um guia para descobrir onde realmente é feito o atendimento de CadÚnico e Bolsa Família.
Muita cidade usa o CRAS como porta de entrada, outras têm postos específicos para Cadastro Único.
No lugar de ficar rodando na dúvida, o app indica exatamente onde bater na porta para avançar na missão de fazer o cadastro no Bolsa Família.
Passo 4: ir ao CRAS e fazer a entrevista do cadastro
Chegando ao CRAS ou posto, entra em campo o Responsável Familiar. O atendente faz uma entrevista detalhada, perguntando sobre:
- Quem mora na casa;
- Renda e trabalho de cada pessoa;
- Escolaridade;
- Se há crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência;
- Como é a moradia (alugada, própria, cedida, material da casa, etc.).
A entrevista costuma durar em torno de 40 minutos a 1 hora, dependendo do tamanho da família.
Ali é que o pré-cadastro feito pelo app pode ajudar, porque parte das respostas já estará no sistema, só precisa ser conferida e ajustada.
Ao fim da entrevista, a família passa a ter um Número de Identificação Social (NIS) para cada integrante e o cadastro entra oficialmente na base do governo.
Essa é a porta de entrada real para depois fazer o cadastro no Bolsa Família dentro do sistema do Ministério do Desenvolvimento.
Passo 5: manter dados atualizados e acompanhar a seleção
Depois do cadastro, o sistema federal analisa os dados de renda, composição da família e orçamento do programa. A inclusão no Bolsa Família é feita de forma automática, sem “inscrição separada”.
Primeiro, a família entra no CadÚnico, depois o sistema decide quem entra na folha de pagamento.
Atualização é peça-chave: qualquer mudança importante (novo morador, saída de alguém, mudança de renda, troca de endereço) deve ser registrada no CadÚnico.
Esse cuidado evita a suspensão por informação desatualizada e mantém a família com perfil adequado para o Bolsa Família ou outros programas.
Quem pode receber o benefício?
Nem toda família inscrita no CadÚnico, por si só, recebe Bolsa Família. O programa olha para alguns pontos principais:
- Renda mensal por pessoa de até R$ 218,00;
- Cadastro atualizado e sem pendências no CadÚnico;
- Presença de crianças, adolescentes, gestantes e nutrizes, que ajudam a compor os benefícios extras;
- Cumprimento das condicionalidades de saúde e educação.
As condicionalidades incluem, por exemplo, matrícula e frequência escolar mínima, vacinação das crianças em dia, pré-natal para gestantes e acompanhamento nutricional dos pequenos.
Quando esses compromissos não são cumpridos, o benefício pode sofrer advertência, bloqueio temporário e até cancelamento.
Pessoas com carteira assinada, MEI ou outros tipos de trabalho podem, sim, receber. O que pesa é o total de renda dividido por todos da casa.
Famílias que melhoram um pouco a renda e passam do limite principal podem entrar na chamada Regra de Proteção, mantendo parte do benefício por um tempo, até estabilizar a situação.
Como é calculado o valor do benefício do BF?
O valor final pago à família é a soma de vários “pedacinhos” de benefício. Para ficar mais fácil, dá para pensar em camadas.
- Base de renda da família: o programa trabalha com um valor de referência de R$ 142,00 por pessoa da casa e usa um benefício complementar para garantir que nenhuma família receba menos de R$ 600,00 no total. Quase todas as famílias acabam com, no mínimo, R$ 600,00 de benefício somando esses pedaços;
- Benefício Primeira Infância: toda criança de 0 a 6 anos gera um extra de R$ 150,00. Uma casa com duas crianças pequenas, por exemplo, já soma R$ 300,00 além do valor base;
- Benefício Variável Familiar: crianças e adolescentes de 7 a 17 anos, gestantes e nutrizes (mães de bebês até 6 meses) acrescentam R$ 50 cada ao valor final.
A combinação desses fatores faz o benefício médio ficar acima de R$ 600,00, variando conforme o tamanho da família e a quantidade de crianças e adolescentes.
Famílias maiores tendem a acumular um valor maior, justamente por terem mais gente entrando nessa conta.
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Para fechar: organizar o caminho antes de sair de casa
Ficar na dúvida sobre fazer o cadastro no Bolsa Família é normal, principalmente com tanta informação desencontrada circulando.
A base, porém, é simples: CadÚnico em dia, renda dentro do limite e condicionalidades cumpridas.
O aplicativo entra como apoio, não como atalho mágico. O registro oficial continua sendo presencial, na conversa com o atendente do CRAS.
É importante usar a tecnologia a seu favor: localizar o posto, montar uma pastinha de documentos, anotar dúvidas e reservar um dia para resolver isso com calma.

