O celular virou extensão da nossa mão, né? Está ali o tempo todo: para falar com amigos, trabalhar, pedir comida, se divertir. Só que, no meio dessa praticidade toda, existe um detalhe que muita gente deixa passar: os aplicativos que coletam dados dos usuários. Eles estão por toda a parte, funcionando em silêncio e guardando mais informações do que a maioria imagina.
Esses dados servem para muita coisa: melhorar a experiência, personalizar anúncios, criar novos recursos… Mas também podem representar um risco para a privacidade de quem não está atento. Então, bora entender melhor com o Manual da Web essa história e ver como se proteger.
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É verdade que aplicativos que coletam dados dos usuários?
Não é teoria da conspiração, não. É real. Praticamente todos os apps que usamos no dia a dia coletam alguma informação.
Uns pegam só o básico, como seu nome e e-mail. Outros, como Facebook, Instagram e LinkedIn, vão além e constroem verdadeiros dossiês sobre seus hábitos, interesses, localização, amigos, e até suas preferências de compra.
No caso do Facebook e Instagram, que pertencem ao grupo Meta, os dados coletados chegam a mais de 90% de tudo que você compartilha ou faz dentro dos apps.
Já o LinkedIn, focado no ambiente profissional, também coleta uma quantidade expressiva de informações, embora compartilhe um pouco menos com terceiros.
A grande questão é que, muitas vezes, essas coletas acontecem sem que o usuário perceba. As permissões são aceitas rapidamente na hora de instalar o app, e poucos param para ler as políticas de privacidade.

Quais tipos de dados os aplicativos podem coletar?
Aqui o buraco é mais fundo. Os aplicativos que coletam dados dos usuários vão muito além de saber seu nome e número de telefone. Olha só a lista de informações que eles podem ter acesso:
- Dados pessoais básicos: nome, e-mail, número de telefone, data de nascimento, gênero;
- Localização: tanto a atual quanto o histórico de onde você já esteve;
- Preferências e interesses: quais páginas você curte, produtos que pesquisou e conteúdos que visualizou;
- Conversas e interações: mensagens, curtidas, comentários e compartilhamentos;
- Dados de compra: itens adicionados ao carrinho, histórico de compras e métodos de pagamento;
- Imagens e vídeos: fotos enviadas, armazenadas ou até mesmo aquelas que o app consegue acessar na sua galeria;
- Informações de dispositivos: modelo do celular, sistema operacional e ID de publicidade.
Tudo isso serve para criar um perfil superdetalhado de cada pessoa, o que é usado para marketing, análise de comportamento e outras finalidades que nem sempre ficam tão claras.

Como saber se um app está coletando suas informações pessoais
Dá para ter uma ideia, sim, e não precisa ser nenhum hacker para isso. O primeiro passo é olhar o rótulo de privacidade na loja de aplicativos.
A Apple, por exemplo, na App Store, obriga que os apps mostrem um resumo de quais dados estão sendo coletados.
Além disso, todo aplicativo tem uma política de privacidade. É aquele link enorme e cheio de letrinhas pequenas que quase ninguém lê.
Vale a pena dar uma passada de olho por lá para entender melhor o que está sendo coletado e para quê.
No caso do Facebook, Instagram e LinkedIn, as informações estão disponíveis nas configurações de privacidade dos próprios apps. Dá um pouquinho de trabalho, mas nada que justifique abrir mão da própria segurança.
Aplicativos populares que já foram acusados de coletar dados indevidamente
Quando o assunto é aplicativos que coletam dados dos usuários, três nomes sempre aparecem no topo da lista: Facebook, Instagram e LinkedIn.
O caso mais famoso é o escândalo da Cambridge Analytica. Dados de milhões de usuários foram coletados sem consentimento adequado e usados em campanhas políticas.
Desde então, o Facebook vem tentando melhorar a transparência, mas ainda é campeão em coleta de dados para fins de marketing e personalização.
Apesar de ser “mais bonitinho”, o Instagram segue a mesma linha do Facebook, porque também faz parte da Meta.
O app coleta informações sobre seu comportamento, interesses e localização para entregar anúncios ultradirecionados, aqueles que parecem adivinhar o que você quer comprar.
A rede social profissional também gosta de saber tudo sobre seus usuários. A coleta é pesada em informações de perfil, conexões, interações e até dados que você preenche em vagas de emprego.
A promessa é melhorar a experiência de networking e recrutamento, mas nem todo mundo se sente confortável com tanto monitoramento.
4.7/5
Como proteger sua privacidade ao usar aplicativos no celular
Não dá para simplesmente deletar tudo e viver numa caverna, né? O que dá para fazer é usar a tecnologia de forma mais consciente.
Algumas ideias para manter sua privacidade mais protegida:
- Use senhas fortes e ative a autenticação em duas etapas sempre que possível;
- Não autorize acesso desnecessário à câmera, ao microfone e à localização;
- Revise as permissões de tempos em tempos, principalmente após atualizações;
- Prefira apps que deixam claro como seus dados são usados;
- Evite compartilhar informações muito sensíveis dentro dos aplicativos.
É aquela velha máxima: estar no digital é quase obrigatório hoje em dia, mas deixar a porta da casa escancarada não precisa ser.
Dicas para ajustar as permissões e limitar o acesso dos apps aos seus dados
Para fechar com chave de ouro, vamos com um passo a passo simples para colocar a casa em ordem:
- Abra as configurações do seu celular: iPhone ou Android, tanto faz. O caminho é parecido;
- Vá até a seção de aplicativos: procure pela lista completa dos apps instalados;
- Clique no aplicativo desejado: exemplo: Facebook, Instagram, LinkedIn;
- Revise todas as permissões: desative o que não fizer sentido, como acesso contínuo à localização ou à galeria de fotos;
- Ajuste as opções de privacidade dentro dos apps: alguns permitem limitar a coleta de dados para anúncios personalizados, por exemplo.
Essas ações rápidas ajudam a manter um pouco mais de controle sobre suas informações pessoais.
Pode não ser a blindagem total, mas é como colocar uma tranca reforçada na porta.
Fique bem atento
Entender como funcionam os aplicativos que coletam dados dos usuários é o primeiro passo para usar a tecnologia de forma mais segura e consciente.
Facebook, Instagram e LinkedIn fazem parte do nosso cotidiano, mas também precisam ser usados com um pouquinho mais de atenção.
No final das contas, quem tem a chave dos seus dados é você. Então, bora jogar esse jogo com inteligência: curtir, compartilhar, postar, mas sempre sabendo onde seus dados estão indo.